David Cronenberg retorna com um novo mergulho sombrio no terror corporal com O Senhor dos Mortos, uma de suas obras mais pessoais, exibida na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Neste filme, o diretor reflete sobre a morte de sua esposa, Carolyn Zeifman, e sua própria mortalidade. A trama acompanha Vincent Cassel, que interpreta um homem obcecado em vigiar o apodrecimento do cadáver de sua esposa através de uma tecnologia instalada em seu luxuoso cemitério. Quando os túmulos são profanados, ele descobre uma conspiração macabra contra os mortos.
Cronenberg, o mestre do body horror com filmes como A Mosca e Videodrome, entrega aqui uma obra gélida, que combina o horror da decomposição com o luto pessoal. Aos 81 anos, o diretor abraça a finitude da vida e se desapega do legado. A atmosfera sombria do filme e o envolvimento pessoal do diretor com o tema tornam O Senhor dos Mortos um dos destaques do evento.
A 48ª Mostra de SP, maior festival de cinema do Brasil, apresenta 417 filmes de 82 países até o fim de outubro. Além de Cronenberg, o festival traz nomes como Sean Baker, Christophe Honoré e Leos Carax. O Senhor dos Mortos terá sessões nos dias 18, 23, 26 e 27 de outubro, levando o público a encarar, junto com Cronenberg, a morte e a decomposição de maneira visceral e perturbadora.
